FOLHA DOS GANCHOS - COLUNISTA NEUSA BERNADO - ODISSEIA OCEÂNICA DA FAMÍLIA CARANGUEJO

 COLUNISTA NEUSA BERNADO COELHO

POETISA E HISTORIADORA




Odisseia Oceânica da família caranguejo

Navegar é Possível

Nas vastidões enigmáticas do oceano, onde os segredos ancestrais repousam sob as ondas e as lendas esquecidas são sussurradas pelos ventos, uma história transcende o tempo. É a saga da família de caranguejos, uma linhagem entrelaçada com as tradições e a magia das ilhas açorianas, onde o mar é mais do que um elemento- é um conto vivo ecoando em cada crista da onda.

Esta narrativa é tecida nas profundezas azuis do Atlântico, onde os caranguejos, adornados com cores que ecoam as paisagens dos Açores, embarcam em uma jornada única. Sob a orientação do místico Zeus, cuja sabedoria é forjada pelas marés que moldaram sua carapaça, esta família de crustáceos inicia uma migração singular, levando consigo não apenas seus corpos, mas também os tesouros e mistérios de sua terra natal.

À medida que o sol nasce sobre o horizonte distante, a família Caranguejo desliza sobre as águas oceânicas, seguindo trilhas traçadas por memórias antigas.  Suas garras dançam em harmonia, criando uma sinfonia subaquática que ressoa através das águas, enquanto se aproximam de um destino desconhecido, mas repleto de promessas.

Assim, enquanto se aproximam de um arco de coral adornado e misterioso, os caranguejos sentem a mudança no ambiente marinho, como seu próprio oceano esperasse por sua chegada. Sob as águas brilhantes, eles se reúnem em torno do Ancião Zeus, cuja sabedoria é tão vasta quanto os oceanos que ele conhece. E ali, na quietude dos mares, uma antiga cerimônia é iniciada, ali, as histórias do mar dos Açores se entrelaçam com o fluir das novas correntes.

No instante em que o ritual se dissipa, um novo portal se revela; uma entrada para um mundo de maravilhas desconhecidas se inicia. E assim, impulsionados pela curiosidade e pelo desejo de descobertas, os caranguejos se aventuram além do arco do coral, mergulham nas profundezas misteriosas que os aguardam, e produzem suas histórias que se tornarão parte de uma saga oceânica a ecoar através dos tempos.

A narrativa dessa família Caranguejo, com sua jornada épica através das vastidões do oceano, oferece uma rica oportunidade para reflexões filosóficas sobre a condição humana e nossa busca incessante por significado de descoberta. Assim como os caranguejos, que transportam o tesouro e os mistérios de sua terra natal enquanto embarcam em uma migração singular, nós, seres humanos, também estamos imersos em uma jornada de descobertas e exploração. Nossa busca por conhecimento e compreensão muitas vezes nos leva a territórios desconhecidos, onde enfrentamos desafios e nos deparamos com maravilhas que transcendem nossa compreensão.

A figura do Ancião Zeus, com sua vasta sabedoria representa simbolicamente a sabedoria dos crustáceos acumulada ao longo das gerações. Da mesma forma, nós, como sociedade, podemos aprender com as lições e tradições que navegaram até nós. Esse conhecimento do passado pode ser utilizado para nos orientar em nossas próprias jornadas. A interação entre o tempo e a história nos lembra da importância de reconhecer e honrar nossas raízes, mesmo enquanto avançamos em direção do desconhecido.

A cerimônia realizada pelos caranguejos, onde as histórias do mar dos Açores se entrelaçam com o fluir das novas correntes, sugere uma profunda conexão entre o passado, o presente e o futuro.  Nesse sentido, a saga da família Caranguejo nos convida a refletir sobre nossa própria jornada através da vida, lembrando-nos da importância de manter a curiosidade, a coragem e a conexão com nossas raízes enquanto navegamos pelas vastidões misteriosas do universo que nos cerca.

Neusa Bernado Coelho-Palhoça/SC

 


Comentários

  1. A Odisséia da família de caranguejos, uma viagem pelos mares, descobertas . Uma reflexão sobre os caminhos dos seres humanos. A Odisséia humana

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