FOLHA DOS GANCHOS - COLUNISTA VALMIR VILMAR DE SOUSA - A PRAÇA DA MATRIZ
COLUNISTA: VALMIR VILMAR DE SOUSA
POETA ESCRITOR
A
PRAÇA DA MATRIZ
Hoje visitei a praça da minha
cidade, melhor dizendo, a praça onde os meus antepassados visitavam com certa
frequência, em especial nos dias de festas que aconteciam no seu entorno. O Sol
dera lugar a lua e as luzes dos postes iluminavam o local. Caminhei um pouco
para sentir a brisa do ar e o cheiro do mar visitando minhas narinas. Sentei-me
num banco iniciando um diálogo com ela ouvindo o seu lamento, ou seria o meu
lamento? Ah! Velha Praça, te vejo quase só nesta noite outonal. Tu que foste um
local de encontros casuais, festivos e porque não de políticos a procura de um
voto, de um apoio ou até mesmo de promessas impossíveis de serem cumpridas.
Tuas palmeiras a abraçar passantes e forasteiros. A igreja Matriz a convidar os
fiéis a se penitenciarem de possíveis deslizes com o Nosso Senhor. O Coreto
saudoso está das retretas de tempos idos. Os acendedores de lampiões não
existem mais, pois desde a invenção de Thomas Edson, se tornaram obsoletos.
Olhando com mais detalhe ao teu redor, percebo o meu equívoco, não estás só. Te
vejo acompanhada de velhos e elegantes casarões que ainda persistem ao tempo,
como o velho e charmoso Teatro Adolpho Melo, o mais antigo do estado em
atividade e o terceiro do Brasil. O tocador de realejo não alegra mais as
crianças e casais apaixonados que pisavam o teu solo sagrado, apenas as
lembranças ficaram nas mentes de quem vivenciou estes momentos especiais. O mar
de longe a te espreitar, a te enamorar desde os tempos em que suas águas
beijavam seus pés. Mas não estou triste, apenas saudosista de um tempo que se
fora. Ainda estás aqui, resistindo a todas as adversidades e recebendo de
braços abertos a quem vem te visitar, conhecer a tua história, sentir a energia
que emana de ti e de todo o povo josefense, Praça Hercílio Luz.
Valmir Vilmar de Sousa (Vevê)
01/05/25.
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