FOLHA DOS GANCHOS - COLUNISTA VALDIR MENDES - SOLIDARIEDADE
COLUNISTA VALDIR MENDES
Escritor – Advogado Criminalista – Palestrante
SOLIDARIEDADE
Sempre fui contrário à figura do bom samaritano que, em
frente às padarias, lanchonetes, restaurantes, sinaleiras...entregam moedas aos
pedintes. Fico incrédulo quando pessoas entregam moedas de dez centavos e
seguem seu caminho com carros importados, como se a boa ação tivesse
acontecido. Dá para acreditar? Sim, e é muito comum acontecer. Recordo de minha
saudosa mãe: Clarice da Silva Mendes – que saia de casa em época próxima ao
Natal e, levava consigo um saco de plástico em sua bolsa recheado de moedas que
ela guardava durante o ano. Ela se dirigia, como era comum, para a Igreja do
Rosário na rua Deodoro esquina com a Felipe Schmidt em Florianópolis. Com muito
carinho quando lá chegava e percorria os olhos pelos pedintes deficientes,
idosos que ficavam em frente à Igreja, estendia a mão com moedas já
plastificadas, em um lote de $$$ e, entregava a todos. Ato seguinte entrava na
Igreja e rezava por todos em especial para as pessoas que havia entregue as
moedas. As quantias entregues não eram elevadas, mas a dedicação em poupar, o
preparo na plastificação, e a sequência de todos os anos assim proceder, sem
dúvida oportunizava algo de belo, de fraternal e caridoso. Será que estou sendo
contraditório? De início tomo a posição de que “sou contrário” e por aqui
elogio! Vejam sou contrário quando pessoas estufam o peito para doar dez
centavos quando possuem condição financeira para doação mais elevada sim, temos
descamisados, pessoas na rua suplicando por alimento, dinheiro, pessoas
deficientes, o que é muito triste, mas este tipo de solidariedade deve ser
evitado. O correto é ir aos centros de atendimentos da Prefeitura – Assistência
Social, entre outras ONGS. Quanto a sopa solidária, deve existir sim, mas com
padrão ao tipo da Europa, realizando cadastramento das pessoas, com assistência
social e até médicos. Sim deve haver um projeto educativo nesta área, para
minimizar a dor dos pobres e ainda colaborar com seu retorno à sociedade. E, no
que se refere aos viciados, estes devem ser encaminhados para centro de
atendimento de recuperação. Um dia ao passar em frente a uma padaria, tinha um
cidadão, com aproximadamente 20/25 anos, disse: Senhor tem uma moedinha?
Respondi que não! Ele de imediato
começou a me ameaçar. Era uma pessoa forte, e estava com uma garrafa de bebida
alcoólica em uma das mãos. Não revidei, continuei a caminhar. Segui para meu
trabalho e a tarde ao passar na frente da padaria, o rapaz da ameaça estava
recebendo de uma Senhora pão e café. Ele sentou no chão e para comer. Dei de
ombros e segui meu caminho. A tarde ao passar na Praça XV de Novembro e olha
quem vi...o cidadão da manhã, sentado no banco do jardim, com mais uma pessoa e
ambos bebiam e estavam a cantar, gritar, mexer com as pessoas que por ali
passavam. Aí recordei da Senhora que tinha sido a boa samaritana. Participar,
sim participar de Associações, Conselhos, Comunitários, para efetivamente
podermos contribuir para amenizar o que está acontecendo por esse nosso
Brasil...Sem estas atitudes vamos assim continuar como figurantes de Terceiro
Mundo...lamentável.
Valdir Mendes
Advogado Criminalista – escritor palestrante
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