FOLHA DOS GANCHOS - COLUNISTA LORENA ZAGO - O verão de nossa infância

 

 COLUNISTA LORENA ZAGO

ESCRITORA E PARAPSICÓLOGA



                                    O verão de nossa infância

 

            É verão! No Brasil os dias estão exigindo cuidados especiais a cada cidadão, a cada ser, tamanho calor emitido. O sol escaldante coloca à prova a saúde dos seres. Nesse momento o verão remete os pensamentos aos tempos de infância, em que tomávamos banho no rio, de águas transparentes e cristalinas, que desfilava seu leito tranquilo nos fundos da casa de nossos pais. Estes, tinham o cuidado de acompanhar seus filhos, para que pudessem brincar nas águas do rio com toda segurança. E a brincadeira divertia-nos muito. Era grata a sensação de poder explorar a natureza, tão agradável e refrescante. Não tínhamos piscina, mas, sim, um rio maravilhoso, cheio de pedrinhas com as quais podíamos brincar.

            Há época não existia celular e as crianças brincavam com elementos da natureza. Davam-lhes um significado todo especial! Tudo era novidade, e transformávamos nossas pesquisas e descobertas de acordo com as nossas condições de absorver o conhecimento.

            Se fôssemos obedientes durante a semana, então aos domingos nosso pai nos ensinava a remar a canoa, o nosso transporte aquático.

            A alegria era incontável!

            Tínhamos o maior orgulho em podermos remar a canoa. Passear pelo rio era fantástico!

            Um passeio imperdível!

            Éramos uma família de cinco filhos. Cada qual tinha as suas árvores preferidas.  Morávamos nelas. Comíamos frutas todos os dias e tanto que as vezes mal conseguíamos caminhar, tamanha quantidade havíamos ingerido!

            As árvores, além dos frutos e morada, também eram os nossos balanços, nos quais fazíamos malabarismos e muita ginástica.

            Que bom que hoje temos as piscinas, mas nada se compara ao frescor e o delicioso banho de rio.

            Eram tempos áureos!

            Há se pudéssemos voltar aos tempos em que os rios eram limpos, transparentes, de águas claras, cristalinas e sem entulhos...

            Muita gratidão aos nossos pais por nos permitirem interagir com as benesses da natureza.

            E quem já pode tomar banho de rio envergando os galhos do pé de amoras? Saborear as frutas ao balanço das árvores emprestando-nos seus galhos flexíveis para tocarmos a água do rio com os nossos pés descalços?

            Brincávamos descalços o dia todinho. À noite mamãe limpava o tanque de lavar roupas, que era de madeira, preparava um tacho com água quentinha e aconchegante onde deixava os pés da filharada de molho para depois esfregá-los com uma bucha e sabão feitos em casa. Assim que estávamos de banho tomado, éramos convidados a saborear as iguarias que mamãe preparava, sem desculpas em dizer que não gostávamos dessa ou daquela...

             No inverno jantávamos em volta do fogão à lenha!

             Como era bom! A sensação de família unida e aconchegada! Em seguida escovávamos os dentes e, pontualmente às 20 horas, estávamos na cama, que durante vários anos era composta de colchão de palha, coberta e travesseiros de pena. Verdadeira delícia em maciez e conforto.

Mamãe contava-nos uma história, da qual muitas vezes não ouvíamos o final, tamanho o cansaço!

            Que tempo bom!

            Ah! Se pudéssemos voltar uma vez ainda!

                                                            Lorena Zago – Presidente Getúlio – SC




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