FOLHA DOS GANCHOS - COLUNISTA: VALDIR MENDES - POETIZANDO... na quinta feira

 

COLUNISTA: VALDIR MENDES 

  escritor, advogado criminalista, palestrante

POETIZANDO...na quinta feira.

Estava sentado em um banco da Praça XV de Novembro em Florianópolis, o que faço por costume e, por lá fico a apreciar as frondosas árvores e flores que deixam seus coloridos, além dos pássaros que por ali soltam seus “pius pius”. Sinceramente me encanto com este momento de convívio com a natureza. Neste dia, o calor estava intenso, claro, época de verão e, assistia o vai vem de pessoas bebericando água, picolés, sorvetes...ufa que calor. Pensava então com meus “botões”, era oportunidade boa para poetizar. Momento propício e encantador. Então como se por encanto, melhor dizendo como se lendo meus pensamentos, senta ao meu lado uma garota de aproximadamente com 12/14 anos de idade. Estava com uniforme do Instituto Estadual de Educação e, em suas mãos tinha uma mochila. Ao sentar me cumprimentou com um: -Boa tarde!

Abriu sua mochila e dela retirou um caderno com capa cor de rosa. Começou a folhear o caderno e por vezes ia adiante e depois retornava. Em certo momento ela me indagou:

Desculpe, mas o Senhor gosta de poesia?

Respondi com boa tarde e que sim e esta era uma das razões de ali estar curtindo a natureza. Disse também que sou escritor.

Naquele momento me veio à mente Victor Hugo e lhe disse:

“Seja como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.”

 

Ela, um tanto admirada disse: Adoro ler e estou contente em conhecer o Senhor?

Valdir respondi e você?

Salete.

Conversamos um pouco sobre seu colégio, livros, então ela perguntou se poderia ler uma poesia sua...curta, para não incomodar no meu tempo.

Sim, claro que sim...diga lá.

Ela abriu seu caderno, folheou, parecia um pouco nervosa, sem jeito, diria.

Buscou em sua mochila outro caderno e por igual também folheou, como se procurasse algo diferenciado.

Fiquei intrigado...então vou escutar a poesia?

Ela me olhou e disse.

Vou fazer tal qual o Senhor fez, vou declamar de Augusto Cury.

“Mais sábios que os homens são os pássaros. Enfrentam as tempestades noturnas, tombam de seus ninhos, sofrem perdas, dilaceram suas histórias. Pela manhã, tem todos os motivos para se entristecer e reclamar, mas cantam agradecendo a Deus por mais um dia.”

E continuou...

Desculpe mas o Senhor é escritor e gostaria de fazer uma poesia para este momento. Seria uma nova e não destas que tenho em meus cadernos.

Claro, sem dúvida será muito bem recebida.

Na próxima quinta feira o Senhor estará aqui na praça?

Com certeza que estarei...porque?

Vou trazer a poesia nova e entregar para o Senhor e também ler.

Fiquei admirado com a personalidade desta garota.

Ela se despediu com educação e disse que estava indo para o colégio.

Por igual me despedi.

Ao caminhar um pouco ela se virou para mim e quase em alto tom disse:

Até a próxima quinta feira – o título será “Conheci um Desconhecido”, e seguiu sorrindo.

Então caríssimos eleitores até a próxima quinta feira estarei trazendo a poesia de Salete 

                       Valdir Mendes

     escritor, advogado criminalista, palestrante