FOLHA DOS GANCHOS: COLUNISTA NEUSA BERNADO COELHO - A LENDA DA FELICIDADE

 COLUNISTA: NEUSA BERNADO COELHO

ESCRITORA E HISTORIADORA



A Lenda da Felicidade

Há muito tempo, antes do mundo ser como o conhecemos, a Felicidade ainda não existia. O céu era claro, a terra era rica, mas os seres viviam inquietos, sempre à procura de algo que não conseguiam explicar. Observavam as estrelas, ouviam o som das águas correntes, mas o vazio dentro de seus corações nunca era preenchido. A Felicidade estava escondida, aguardando o momento certo para surgir no mundo.

Conta-se que, em um vale onde o tempo parecia fluir mais devagar, nasceu uma bruma mágica. Essa bruma dançava entre as montanhas e os rios, cobrindo a terra com uma leveza que fazia com que o peso das preocupações desaparecesse. Onde quer que as brumas passassem, o ar se tornava doce, e os corações inquietos ficavam em paz.

Um dia, as forças do universo decidiram que era o momento de criar a Felicidade. Mas, para isso, ela precisaria ser forjada de algo especial, algo intangível e ao mesmo tempo poderoso. As estrelas se reuniram e disseram: "Daremos à Felicidade a leveza de nossas luzes, para que ela ilumine até os momentos mais escuros."

As águas responderam: "Daremos o nosso movimento incessante, para que a Felicidade nunca fique estagnada e continue a fluir na vida de quem a busca."

E a bruma, que observava tudo em silêncio, sussurrou: "Darei o meu segredo. A Felicidade será como eu: invisível àqueles que carregam pesos desnecessários, mas clara para os que caminham com leveza."

E assim, a Felicidade nasceu. Ela não era algo que se pudesse tocar ou guardar, mas um estado de ser que só podia ser alcançado por quem andava pelas brumas do tempo sem pressa, sem carregar o peso das angústias, permitindo-se apenas estar.

A Felicidade espalhou-se pelo mundo, mas rapidamente percebeu-se que nem todos a encontravam. Os que corriam demais, sempre à procura de algo maior, passavam por ela sem notar. Os que se prendiam às dores do passado ou aos medos do futuro não conseguiam enxergá-la nas pequenas coisas. Só aqueles que caminhavam leve, apreciando o presente como um dom, conseguiam encontrá-la escondida entre os gerânios de um jardim, no balançar de uma rede ou no simples som de uma risada ao entardecer.

Os sábios contam que, até hoje, a Felicidade ainda se esconde nas brumas do tempo. Ela está no agora, no momento presente, à espera de quem sabe caminhar leve, sem a pressa dos dias ou o peso das preocupações. Pois foi assim que ela nasceu, e é assim que ela pode ser encontrada.

Então, tenha Felicidade, aprenda a andar nas brumas, a soltar os pesos do passado e as ansiedades do futuro, permitindo-se viver com a suavidade de um sonho e a clareza de uma estrela. Afinal, a Felicidade não é algo a ser conquistado, mas um estado de ser que só pode ser alcançado por aqueles que caminham com leveza pelo mistério da vida.

Autora: Neusa BC -Brisa do Mar Palhoça/SC

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