FOLHA DOS GANCHOS - COLUNISTA ALEX SAGÁS -

 

COLUNISTA: ALEX SAGÁS

ESCRITOR E PROFESSOR



Vivendo a história de uma tragédia com milagre no Uruguai

Olá,  amigos conterrâneos e demais leitores da Folha de Ganchos. Hoje escrevo sobre mais um episódio de minha passagem por Montevideu, no Uruguai.

Desta vez irei relatar a vocês sobre minha visita ao Museo Andes, que mantém viva uma das histórias mais fantásticas sobre resiliência e milagre humanos já vistos na história.

Primeiramente quero destacar a simpatia e profissionalismo dos (as) atendentes da recepção do museu, sempre com sorriso e explicam perfeitamente como funciona a visita ao mesmo.

O museu tem três andares, onde tem as peças ( que sobraram) da fuselagem do avião,  itens de sobrevivência e objetos pessoais dos passageiros e tripulação, objetos como os tecidos das poltronas que os sobreviventes fizeram como gorros e mantas,  pois o avião caiu num local totalmente hostil termicamente com temperaturas abaixo de 30 graus negativos, no meio da neve.

Este trágico acidente ocorreu em outubro de 1972, quando a equipe da seleção de Rugby do Uruguai decolou rumo ao chile para uma competição,  com 45 pessoas a bordo (sendo 5 da tripulação e 40 passageiros da equipe). Porém, um misto de falha humana e condições meteorológicas extremamente adversas levaram a queda da  aeronave no meio da cordilheira dos Andes, na Argentina, onde os sobreviventes passariam cerca de 72 dias num profundo sofrimento e luta pela vida.

Este acontecimento virou série na plataforma Netflix ( A sociedade da neve ) e um filme “ Vivos” em 1993. O museu é maravilhoso, quem for a Montevideu recomendo a visita, ali tem um mini cinema contando a história e entrevista com os sobreviventes,  um simulador de temperatura,  entre outros atrativos. Uma história impressionante,  onde quem sobrevivia , no desespero, teve que algum momento ter que praticar o canibalismo para sobreviver, pois comida não havia mais . Também se destacam  dois homens determinados ( Roberto e Fernando) que decidiram trilhar para procurar ajuda, e encontraram para sua felicidade e dos demais 14 sobreviventes , o tropeiro Sérgio Catalán, que chamou a ajuda do resgate.

Enfim, foi emocionante estar neste lugar mágico e icônico da história mundial.

Abaixo, um poema em homenagem aos integrantes desta fatídica história:

Bravos atletas , integrantes de comissão técnica,  pilotos e comissárias de bordo , que por capricho da natureza e do destino, “ pousaram” obrigatoriamente em terreno hostil...

De quarenta e cinco, apenas dezesseis foram autorizadas a continuarem seu legado aqui na terra, testemunhas que ficaram para relatar como nós,  simples mortais, não devemos reclamar, seja no Uruguai, no Japão ou no Brasil...

Suas histórias viraram produção de série e filme, mas tenho certeza que isso nunca foi desses guerreiros e guerreiras prioridade...

Pois , na vida real, queremos a vida, e a quem amamos queremos estar juntos, jamais queremos deixar na mão ninguém,  muito menos ficar no marasmo da saudade...



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