FOLHA DOS GANCHOS - COLUNISTA VALDIR MENDES - Contar é fácil...DIFÍCIL É ACREDITAR!
COLUNISTA: VALDIR MENDES
Escritor, palestrante, advogado criminalista
Contar é
fácil...DIFÍCIL É ACREDITAR!
Chega um
cidadão pescador, já conhecido e reconhecido por seus contos, os quais são de
arrepiar, ou melhor são hilários, e me vem com essa.
O encontro
foi casual, já o conhecia de longas datas, na praia de Pântano do Sul, em
Florianópolis. Estava ele molhado pois retornava de uma pescaria de rede em
alto mar.
Nos
cumprimentamos e ele já quanto de imediato passou a falar...
Olá Seu
Valdir tudo bem?
Sim, claro,
tudo bem...respondi à ele.
Preciso te
contar uma coisa que me aconteceu em alto mar...é verdade, podes acreditar.
Olhei de
soslaio, com abertura de sorriso e lhe disse que sim.
Hoje eu sai
para alto mar por volta das quatro horas da manhã. Estava chovendo, uma
garoazinha, mas o mar estava bem calmo, com vento fraco vindo do norte.
Sempre vou
em alto mar com meu amigo Fabrício, mas ele não pode ir pois estava resfriado.
Estava na
certeza de que a pescaria seria muito boa e me aventurei sozinho...sabia de
minha competência e respeito para com o mar que tanto conhecia desde menino. A
embarcação é pequena e pode ser bem controlada.
Então, Seu
Valdir, segui para minha pescaria próximo a ilha dos Moleques.
Em alto mar
lancei minha rede e aguardei pela
pesca...com certeza haveria de conseguir muitos peixes, estava na safra da
tainha, aquela que é conhecida como Princesa do Mar, a da ova famosa e gostosa.
Continuei
escutando o pescador, mas ansioso para ver o que afinal ele queria me contar.
Seguiu,
pois, com sua narrativa...
Então Seu
Valdir, foi assim um grande susto.
Ele baixou a
cabeça, como se ainda estivesse assustado, ou quem sabe envergonhado por querer
contar mais uma daquelas...
Mas
continuou.
Eu
escutei...juro que escutei...um canto diferente, suave, mas não sabia de onde
vinha.
E logo após,
surgiu próximo a rede, saindo do mar, uma moça de cabelos negros, olhos
esverdeados, muito linda e seu corpo foi aparecendo.
Fiquei sem
saber o que fazer...nunca tinha visto isto, no mar é claro.
Embora
estivesse com muito medo estendi a mão para ela e a ergui na embarcação.
Fiquei
apavorado, pois esta moça, da cintura para baixo tinha um formato de peixe com
escama reluzente.
Ela sorria
para mim com suave graça.
Com voz
tremula perguntei quem era ela. Porque a cauda de peixe?
Na minha
cabeça já passava o que todos nós sabemos uma SEREIA.
Então ela
com voz suave, muito suave, começou a falar.
Eu sou uma
sereia encantada pela natureza e, resolvi aparecer para você porque já tenho
lhe visto muitas vezes por aqui em alto mar a pescar.
Já sei que
você gosta de contar estórias aos seus amigos, por isso resolvi aparecer para
você.
Alias onde
está seu amigo?
O Fabricio,
indaguei. Ele está doente. Resolvi vir sozinho, pois preciso de uma boa safra
de peixe para manter minha família.
Vou te
ajudar, disse ela...a sereia.
Mergulhou no
mar Seu Valdir e acredite, começou a jogar os peixes para dentro da rede.
Então ela
desapareceu no mar cantando.
Recolhi a
rede e ela estava cheia de tainhas lindas, grandes e ovadas.
Retornei
para a praia ainda assustado, mas agradecendo por este acontecimento.
Seu Valdir,
sei que é difícil acreditar. Como lhe conheço bem, escolhi o Senhor para narrar
o acontecido.
Segure, me
passou duas lindas tainhas e disse.
São
suas...abraços, vou tomar uma cachaça.
E saiu para
o boteco.
Visualizei
seu barco de cor azul onde ostentava o nome de SEREIA, estava abarrotado de
peixe.
É o Sr.
Laurindo não é fraco na pescaria, nas conversas e também quanto a sereia.
Dá para
acreditar?
Ele
contou....mas???
Valdir Mendes
Escritor, palestrante, advogado
criminalista
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